EDUCADORES

06 novembro, 2012

Pensar a avaliação escolar


Olá gente..

A avaliação é um processo inerente à aprendizagem e tem sido empregado cada vez mais nas instituições de ensino em todos os níveis e modalidades que se oferecem abrangendo a Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino básico, Ensino Superior e EJA.


Porém, todas as escolhas das práticas de avaliação são motivadas ou pautadas em necessidades, interesses e valores, tendo como base critérios diferenciados e definidos por características sociais, culturais, econômicas e histórico-geográficas, que determinam as intencionalidades pedagógicas dos projetos ou programas educacionais elaborados pelas instituições.

Neste sentido, a avaliação escolar precisa estar ancorada em pressupostos teóricos que favoreçam um aprofundamento científico da equipe escolar evitando-se uma permanência nas esferas do senso comum.

Para tanto, a avaliação da aprendizagem necessita de tomadas de decisão fundamentadas em conhecimentos e coleta de dados. Isso vale dizer que, à medida que a equipe escolar acumula maior conhecimento sobre o processo, maiores serão as condições de se fazer uma avaliação eficaz e tomar as decisões mais efetivas.

Isso significa que, as experiências, os conteúdos, as políticas, os sujeitos e os contextos, se constituem como aspectos de extrema relevância para configurar um processo de avaliação com foco na aprendizagem, com contribuições assumidas individual e coletivamente pelos profissionais de educação de uma instituição.

Portanto, a opção por uma concepção pedagógica se pauta em intencionalidades, necessidades, interesses em jogo e no contexto dos sistemas de ensino, das escolas e nas salas de aula, nos quais os sujeitos interatuam.

Nesse contexto, os educadores precisam entender que a avaliação escolar requer:

-clareza da concepção de avaliação e de aprendizagem;
-planejamento das práticas avaliativas;
-definição de intencionalidades educativas;
-critérios avaliativos ajustados aos sujeitos e contextos;
-prática avaliativa integrada ao processo de aprendizagem.

Entendendo que a clientela escolar é constituída por indivíduos heterogêneos que aprendem de diversas formas, espaços e tempos e, considerando as diferentes experiências vividas, a avaliação escolar deve ser concebida como instrumento que promova não apenas o ensino e aprendizagem, mas fundamentalmente, a inclusão e as tomadas de decisões coerentes que buscam o aperfeiçoamento dos indivíduos e do sistema de ensino.
Para uma compreensão desse processo, o conceito de avaliação construído pelos educadores da escola deve ser desenvolvido e orientado para a compreensão de que a avaliação avança para além da idéia de medir, atribuir notas ou fazer médias aritméticas. Embora o ato de medir seja complementar ao processo, a ação de avaliar deverá permitir continuidade, análise, compreensão e aperfeiçoamento do processo, com ênfase dos aspectos qualitativos da aprendizagem e do próprio ensino.
Para que essa proposta se viabilize na instituição, é fundamental que avaliação seja desenvolvida de forma a integrar as três principais modalidades processuais: diagnóstica, formativa e somativa, integradas continuamente num processo dialético.

Avaliação diagnóstica

Como o próprio nome diz, esta é a modalidade a ser realizada no início ou na introdução de cada tema ou unidade proposta nos programas ou em cada projeto. Essa modalidade permite obter dados relevantes do grupo de alunos, proporcionando um melhor planejamento das ações visando aperfeiçoar ou adequar os objetivos da aprendizagem..

Avaliação formativa

Com a necessidade de um acompanhamento, controle, monitoramento do processo, a avaliação formativa permite analisa, ajustar e corrigir o desenvolvimento do processo ao longo do período do ano letivo. Possibilita a equipe de educadores aprofundarem conhecimentos e promover uma auto-avaliação.

Avaliação somativa

Essa é a modalidade que permite aos educadores e educandos uma análise do progresso individual e coletivo, analisando as metas alcançadas a cada etapa, a qualidade e o nível de profundidade da aprendizagem em termos de conteúdos conceituais, atitudinais, explícitos em habilidades e competências bem definidos. A avaliação somativa integra os resultados da aprendizagem e tem como sustentação as modalidades diagnóstica e formativa.
Nesse sentido, o entendimento sobre a aprendizagem passa a ser considerado como um processo que considera uma educação integral, considerando o crescimento e desenvolvimento individual e coletivo de cada aluno, compreendendo as seguintes dimensões da construção do educando:

-dimensão afetiva;
-dimensão cognitiva;
-dimensão ética;
-dimensão colaborativa;
-dimensão espiritual.

Portanto, para os educadores da escola, a avaliação deve se constituir como importante ferramenta aliada ä aprendizagem quando permite:

- A visão de um processo dinâmico e contínuo, que integra a coleta de dados capazes de retratar o aspecto avaliado em diferentes estágios, ângulos e circunstâncias;
- A análise criteriosa dos dados coletados;
- A tomada de decisão com base em conhecimentos sólidos visando à melhoria do processo de ensino aprendizagem, com vistas à consecução de metas e objetivos.

Fica evidente que a avaliação só tem sentido quando subsidia os envolvidos no processo de aprendizagem, principalmente alunos e professores, na tomada de decisão que possibilite o planejamento, desenvolvimento e aperfeiçoamento de estratégias que efetivem a aprendizagem.

Nesse contexto, a concepção de avaliação avança para além da visão classificatória e atende aos pressupostos teóricos, contribuindo para o aperfeiçoamento da aprendizagem e das implicações nos novos papéis a serem assumidos pelos professores e alunos.

Mudança de papéis
O Professor assume o papel de orientador e coordenador do processo de ensino–aprendizagem, com a função de provocar a construção individual e coletiva do conhecimento, mediante questionamento sistemático. A problematização e o questionamento devem ser favorecidos e provocados de forma sistemática na evolução dos conteúdos e nas atividades de avaliação.

O aluno, por sua vez, assume o papel mais ativo, num processo caracterizado pelo protagonismo, reciprocidade, diálogo e pela parceria com o professor e os colegas de turma.
A ênfase dada a essas concepções leva a valorizar o conceito de que a aprendizagem deve desenvolver nos estudantes o processo de aprender a aprender, ou seja, possibilitar a compreensão do seu estilo, suas dificuldades e suas potencialidades para aprender, favorecendo o desenvolvimento da autoavaliação, o conhecimento de si mesmo de sua autonomia intelectual.

É preciso desenvolver formas e instrumentos de avaliação centrados nas diversidades e em conformidade com os diferentes contextos de aprendizagem, de modo a contemplar e respeitar as formas de aprender de cada indivíduo.

Vamos pensar sobre o tema!
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Postado por Michel Assali

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