EDUCADORES

29 setembro, 2014

O professor competente


Olá, gente...

Recentemente, recebi a contribuição de um artigo escrito por Ilona Becskeházy no site www.gestaoeducacional.com.br, o qual faço questão de compartilhar com vocês.

Por se tratar de um artigo que abrange questões relacionadas com a competência docente, penso que sua leitura será provocadora para reflexões interessantes a respeito do tema.

Diz então, Ilona:

“Para discutir a formação de docentes, é necessário combinar de antemão uma definição do que seja uma sala de aula competente. No imaginário brasileiro, a sala de aula competente é um lugar onde os alunos se reúnem regularmente para, sob a coordenação de professores, engajarem-se em atividades como copiar do quadro, ouvir passivamente uma preleção e treinar algoritmos para resolver problemas. Geralmente, os objetivos pedagógicos não são claramente compreendidos pelos alunos (às vezes nem pelos professores), o tempo é apenas parte do cenário (e não um componente do planejamento) e as atividades são propostas mesmo que não estejam diretamente relacionadas aos objetivos pedagógicos que deveriam estar conquistando. Até porque não existe um currículo detalhado e obrigatório a ser perseguido.
Por causa dessa percepção, é mais frequente que a sala de aula se pareça com uma missa, um comício, uma balada, uma sala de espera (ou de tortura), ou seja, lá o lugar onde costumamos estar apenas de corpo presente do que com um local de trabalho mental conjunto e supervisionado, onde os alunos recebem desafios pedagógicos relacionados a objetivos muito claros, que os fazem usar a cabeça na maior parte do tempo e cujo processo de aquisição das habilidades e dos conteúdos é permanentemente monitorado. Chamemos esse tipo de sala de aula de “sala de trabalho”.
Uma vez claro que o papel dos professores é fazer com que os alunos exercitem seus cérebros para aprender, seguindo uma progressão de complexidade, como a proposta pela Taxonomia de Bloom, um segundo grupo de padrões comportamentais deve ser claramente compreendido por quem sonha em ser professor e, obviamente, por quem será responsável pela formação profissional deles. Assiduidade, pontualidade, cordialidade e apresentação pessoal são corriqueiramente negligenciados e ridicularizados por quem se pretende moderno, mas, sem que todos os membros de uma comunidade escolar se sujeitem a eles, não é possível institucionalizar a educação, uma escolha histórica das sociedades da era moderna.
Assiduidade é mais do que aparecer na escola todos os dias, é um compromisso moral com seus objetivos, seus pares e sua clientela. Pontualidade não é estar na porta da sala esbaforido em cima da hora, mas começar uma aula planejada no momento combinado e terminar idem. Cordialidade é tratar todos com a mesma atenção e com demonstrações explícitas de respeito, como olhar nos olhos, manter o tom de voz e o vocabulário afáveis, não se deixar levar por provocações dos alunos, não tomar como pessoal o que é um embate de gerações ou de grupos sociais diferentes, monitorar as dificuldades dos alunos e tratá-las de forma eficaz e acolhedora, mesmo que eles sejam “difíceis” ou “diferentes”. E apresentação pessoal não é apenas higiene, mas um conjunto de aparências e atitudes que transmite a mensagem de respeito próprio e à nobre tarefa de educar, com a neutralidade de um profissional que está na escola para servir a todos indiscriminadamente e que, portanto, não deve tornar óbvias questões de foro íntimo, como as esportivas, religiosas ou sexuais.
Ainda sem sair do básico negligenciado, lembro que o domínio da norma culta da língua portuguesa, no escrever e no falar, é característica inerente e essencial de docentes, que devem dar o exemplo e cobrar o mesmo de seus alunos. A conjugação errada do presente do subjuntivo, a flexão errada do verbo para o pronome em segunda pessoa e “comer” os “ss” no fim dos plurais não são regionalismos, mas sim erros de português e devem ser banidos do ambiente escolar. Isso não é “violência simbólica”, é um processo educativo responsável e equitativo.
Saindo do óbvio, valho-me de Schulman (Lee S. Shulman, Foundations of a New Reform. Harvard Educational Review, nº 57, vol.1, February, 1987) para listar o conjunto dos conhecimentos que os professores devem dominar para ter sucesso em seu ofício e sua missão: conhecimento do conteúdo; do manejo pedagógico da sala de aula; dos objetivos pedagógicos e de uma variedade de ferramentas, atividades e estratégias para alcançá-los; conhecimento pedagógico de como se aprende/ensina; do perfil de cada aluno; do contexto institucional (mantenedores, comunidade etc.) e dos fundamentos teóricos de sua área (filosofia, sociologia, psicologia). A ordem dos fatores importa e possivelmente a questão está, em parte, em termos invertido a importância de fundamentos teóricos em relação ao conhecimento do conteúdo, das formas de ensinar e do manejo de sala. Além de termos relaxado em relação às questões óbvias que valem para todos os profissionais que atuam em ambiente institucional.

O que Shulman propõe leva uma vida para se alcançar, mas pode ser usado como base para uma nova estrutura de formação inicial e continuada de docentes, bem como para a avaliação e a progressão funcional deles. Talvez seja essa a singela revolução educacional que buscamos.” (Ilona Becskeházy)

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Postado por Michel Assali

23 setembro, 2014

Estratégias simples de coleta de dados para avaliação da aprendizagem de uso diário


Olá, gente...

Em educação, falar sobre é sempre e muito mais fácil do que o ato de ensinar. Considerando a estrutura organizacional das nossas instituições educacionais, conduzir um trabalho eficaz e fidedigno de avaliação, torna-se complexo e difícil ao trabalho da docência. São programas extensos, classes ainda numerosas, excesso de carga horária, pouco tempo da carga de trabalho destinada à reflexão, elaboração e atendimento individualizado de alunos, etc.

Nesse mar de dificuldades, acompanhar o desempenho dos alunos com vistas ao diagnóstico e intervenções adequadas, torna-se um grande desafio principalmente quando o docente pretende inovar aspectos da avaliação e do uso de instrumentos de coleta de dados que possam refletir o real desenvolvimento da aprendizagem.
Nem sempre há tempo para corrigir as deficiências e intervir eficazmente e a tempo de permitir a superação das dificuldades.

Contribuindo com o trabalho docente, foram selecionadas algumas interessantes estratégias e dicas que podem ajudar o professor no uso de procedimentos de coleta de dados, (ou  instrumentos de avaliação), com impactos no planejamento curricular.

1- Uma questão em aberto que possa forçá-los a falar e escrever.
Evite perguntas em que o tipo de respostas seja “sim / não” e frases como "Será que isso faz sentido?" Em resposta a estas perguntas, os alunos geralmente responder "sim".  Para ajudar os alunos a compreender as ideias tratadas, faça perguntas abertas que possam exigir dos alunos habilidades de argumentar, organizar as ideias e expor verbalmente ou por escrito.

2- Reflexão para os minutos finais da aula.
Durante os últimos cinco minutos de aula perguntar aos alunos a refletir sobre a aula e anote o que aprenderam. Em seguida, pedir-lhes para considerar como eles iriam aplicar este conceito ou habilidade em um ambiente prático.

3- Teste relâmpago para os minutos finais.
Dê um pequeno teste no final da aula para verificar se há compreensão.

4- Elaboração de um breve resumo do assunto tratado.
Peça aos alunos resumir ou parafrasear conceitos e lições importantes. Isto pode ser feito de diversos modos: por via oral, desenhos, mapas conceituais, etc.

5- Cartões da resposta
Uso de cartões de índice, sinais, quadros brancos, quadros magnéticos, ou outros itens são simultaneamente realizados por todos os alunos da classe para indicar sua resposta a uma pergunta ou problema apresentado pelo professor. Usando dispositivos de resposta, o professor pode observar facilmente as respostas individuais dos alunos ao ensinar todo o grupo.
6- Posicionamentos de grupo
Uma visão rápida e fácil de compreensão do aluno, O professor oferece espaços de compreensão determinados e os alunos se deslocam para o espaço apropriado após a pergunta encaminhada. Exemplos de espaços: “eu concordo plenamente” , “eu discordo” , “eu preciso de mais dados”, “estou em dúvida”, etc.
 7- Cochicho
O professor encaminha a pergunta e determina um tempo para que os alunos vizinhos cochichem sobre a resposta. Após o tempo determinado o professor solicita as respostas.

8- Término da aula com pergunta única (para próxima aula).
Pergunte a uma única pergunta específica com um objetivo específico que pode ser respondida dentro de um minuto ou dois. Você pode examinar rapidamente as respostas escritas para avaliar a compreensão do aluno.

9. Seminário socrático
Os alunos fazem perguntas uns dos outros sobre uma questão essencial, tópico ou texto selecionado. As perguntas deverão dar início a discussões e seleção de respostas e novas perguntas a serem feitas pelos alunos. Isso possibilita aos alunos a reflexão e a formulação de questões.
10- Técnica do 3-2-1
Os alunos consideram que aprenderam, respondendo às seguintes perguntas ao final da aula: 3) as coisas que aprenderam com a aula; 2) coisas que querem saber mais sobre o tema; e 1) perguntas formuladas. 
11- Bilhete  de resposta instantânea
Os estudantes escrever em resposta a uma solicitação específica para um curto período de tempo. Professores recolher as suas respostas como "bilhete de fora da porta" para verificar a compreensão de um conceito ensinado alunos. Este exercício gera rapidamente várias ideias que poderiam ser transformados em mais pedaços de escrita em um momento posterior.

12- Equívoco em cheque
Localize possíveis equívocos conceituais e os coloque em discussão, sem constranger nenhum aluno. Pergunte-lhes se concordam ou discordam e que possam explicar o porque.

13- Instrumentos diversificados
Os professores devem usar técnicas de modo a envolver o aluno de forma grupal e individual e aplicar instrumentos diversificados de coleta de dados de forma a contemplar os variados estilos de aprendizagem. Evitar ao máximo as repetições de técnicas. 

Conhece mais alguma técnica? Compartilhe conosco!
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Postado por Michel Assali

04 setembro, 2014

Coursera - cursos online gratuitos

 Courser - cursos online

Olá, gente...

Cada vez mais prolifera na internet, uma grande quantidade de cursos online totalmente gratuitos, elaborados por importantes universidades mundiais, com emissão de certificação.

Trata-se de uma excelente oportunidade para estudantes e profissionais de diversas áreas do conhecimento que queiram buscar aperfeiçoamento profissional ou inspiração para ampliar suas possibilidades de colocação no mercado.

O Projeto Coursera Brasil é uma parceria entre a Fundação Lemann e o Coursera, uma das mais importantes plataformas de cursos on-line gratuitos do mundo. Foi criado pelas universidades norte-americanas de Stanford, Princeton, Michigan e Pensylvania, e hoje reúne 88 instituições de grande relevância mundial. Há cursos gratuitos em diversas áreas do conhecimento.

Quem quiser apenas acompanhar as vídeo-aulas e não fala inglês, deve seguir esse passo a passo em português para criar uma conta e  para acessar as vídeo-aulas e materiais do curso.

Confira a lista dos cursos já legendados:

Fundamentos de Estratégia de Negócios (Universidade de Virgínia)
Introdução a Finanças (Universidade de Michigan)
Machine Learning (Stanford)
Psicologia Social (Wesleyan University)
Programação em R* (Johns Hopkins)
Introdução à sustentabilidade (University of Illinois)
Introdução à programação interativa em Python (Rice) – começa em 15 de setembro
Model Thinking (University of Michigan) – começo em outubro
Introdução à lógica (Stanford University) - começo em outubro
Internet: História, Tecnologia e Segurança (University of Michigan) - começo em outubro
Design: Criação de artifatos na sociedade (University of Pennsylvania) - começo em outubro
Writing in the Sciences (Stanford) – foi traduzido, mas não houve uma sessão na plataforma do Coursera ainda.

Caso queira mais detalhes, acesse:

Tem mais a contribuir? Encaminhe seus comentários.


Postado por Michel Assali
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