EDUCADORES

19 junho, 2012

Arquitetura e Educação

Olá, gente...

Há uma história muito interessante contada nos meios educacionais a respeito de uma pessoa que, ao viajar pelo tempo, encontraria grandes mudanças na moda, nos transportes, no trabalho e nas tecnologias. O único lugar que o viajante do tempo não observaria praticamente nenhuma mudança quanto à forma de se compor e se organizar, seria a Escola.

A arquitetura da escola foi sugerida de forma a enfatizar a transmissão de informações centrada na figura do professor, onde a comunicação é feita pelos construtos verbais e simbólicos ( voz, giz, lousa ). A sala de aula foi desenhada para privilegiar essa situação, onde todas as carteiras são dispostas de forma a dar o foco principal à figura do professor, daquele que vai transmitir a informação para um grupo de alunos voltados para esse foco, quietos, emudecidos, para não atrapalhar o processo.

Nessa arquitetura, a autoridade e a individualidade são muito valorizadas, gerando como conseqüências alunos intelectualmente passivos, incentivados a apenas obedecer, ouvir, decorar e cpmpetir. Não é por coincidência que somos uma nação facilmente controlada por políticos mentirosos e intelectuais espertos. Nosso medo de se expor aos próprios colegas, inibe o desenvolvimento das habilidades da troca de ideias, da aceitação das diferenças e da compreensão do eu e do outro. O saber conviver tão estimado na Ed. Infantil, gradativamente vai se transformando no saber competir, ao longo do processo de escolarização.

Nesse sentido cooperação, criatividade e liderança, jamais serão competências a serem incentivadas e desenvolvidas pela escola.

Porém, se quisermos favorecer um trabalho participativo e criativo, mais interativo com as novas tecnologias, uma das possibilidades consiste na reorganização arquitetônica do ambiente da sala de aula.

Nesse sentido, a arquitetura da sala de aula deverá acompanhar a novas tendências da pedagogia moderna, onde todo o foco está centrado no aluno e a aprendizagem, mediada pelo professor.

Mesas, cadeiras, recursos áudio visuais e tecnológicos, deverão seguir as tendências das teorias pedagógicas modernas, de modo que as atividades a serem desenvolvidas pelos grupos sejam implementadas adequadamente, propiciando maior interatividade entre os sujeitos e entre eles e as mídias. É possível produzir cenários favoráveis para a construção de novos conhecimentos.

Um jornal ou revista, um globo terrestre, um microscópio, um plano inclinado, massa para modelar, um computador, etc., poderão fazer parte do conjunto de mídias de apoio à educação.

Pode-se construir um ambiente flexível, versátil, que se adapte à programação daquela aula ou disciplina, ou da ação pedagógica planejada, mesmo para as aulas expositivas, valorizando muito mais o papel do professor no processo.

É praticamente imediato perceber que a mudança na organização das carteiras ou mesas já cria um outro ambiente de trabalho, propiciando uma nova e mais rica forma de relacionamento aluno-aluno e aluno-professor, com avanços consideráveis nos resultados de desempenho.

Portanto, se quisermos desenvolver vivências que permitam valorizar as dinâmicas de grupo, o trabalho em equipe, a interatividade com as mídias, a soluções de desafios e a formação cidadã necessária, é preciso refletir sobre os processos pedagógicos, repensar e criar uma nova arquitetura dedicada a ambientes educacionais.

Porém, é preciso reiterar que, a simples mudança arquitetônica da sala não seria suficiente para melhorar o processo de ensino e aprendizagem, se não for acompanhada de uma filosofia educacional avançada, seguida de uma visão moderna de gestão, com forte investimento na formação continuada dos educadores.

Pois a educação é construída pelas pessoas, por gente que gosta de gente.
Pense sobre isso e deixe seus comentários.

Postado por Michel Assali

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seus comentários! Obrigado.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...