EDUCADORES

11 dezembro, 2009

A importância de ensinar "o desejo do mar".




Uma das melhores formas de gerar capital social positivo parece pas­sar pelo fomento da «ação propositada» que decorre de dois fatores. O primeiro é o interesse pessoal, o querer - isto é, a noção clara do que se faz e porque se faz. O segundo é um forte sentimento de que a motivação é pessoal, intrínseca e da responsabilidade própria. A pessoa motiva-se. Não precisa de ser motivada.Como podem as organizações e os seus líderes estimular a ação pro­positada dos colaboradores?
Ghoshal e Bruch apontam uma imagem de Antoine de Saint-Exupéry, o célebre escritor e aviador francês, autor de O Principezinho: «Se queres construir um navio, não mandes os homens para a floresta cortar madeira, aplaná-la e juntar as placas. Em vez disso, ensina-lhes o desejo do mar.»

Nesta perspectiva, em vez de arranjar soluções, os gestores devem suscitar questões e desenhar visões apelativas. O desejo do mar pode ser ensinado pelos seguintes meios:.

-É necessário «dar espaço» às pessoas - para que elas criem interesses. Pes­soas comandadas não têm escolha, não têm vontade (a não ser a de escapar ao controle!)
-É preciso, pois, que as organizações concedam liberdade de escolha às pessoas e que estas percebam que têm essa liberdade. Cada um dos autores deste livro pode dispor-se a fechar-se em casa durante uma semana para terminar a obra. Mas o sentimento seria seguramente de grande raiva e desconforto se o nosso «patrão» nos obrigasse a permanecer em casa para fazer o mesmo trabalho. O que nos perturba não é «ficar fechado em casa» - é «ser obrigado a ficar fechado em casa».

-É necessário facultar às pessoas a possibilidade de lidarem com proble­mas difíceis - ainda que situados dentro do seu limite de capacidades. Por regra, os problemas fáceis não são sedutores. As mentes e os cora­ções das pessoas são ativados por desafios complicados.

-É importante que as pessoas tenham destinos relevantes. É por essa razão que a organização deve clarificar o ponto que deseja atingir. E deve fazê-lo de uma forma que seduza os seus membros. É provável que, para isso, necessite de envolver as pessoas na determinação desse mesmo destino.Quando o desafio é complexo e o destino partilhado, é mais provável que o esforço coletivo se sobreponha ao individual. O «nosso» trabalho passa a ser mais importante do que o «meu» trabalho.

In Cunha, Rego e Cunha (2007). Organizações Positivas, Lisboa: Dom Quixote e blog do Prof. José Matias Alves, de Portugal.

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Postado por Michel Assali

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