EDUCADORES

07 setembro, 2009

Mundo chato?



Em que mundo estamos vivendo e que mundo queremos deixar para nossos filhos e netos?

Comecei a pensar nessas indagações após algumas reflexões sobre as questões democráticas no que se referem ás máximas proclamadas pela revolução francesa : liberdade, igualdade e fraternidade.

Em nome destes ideais, a sociedade atual tem imposto medidas rigorosas de forma a propalar uma moral idealizada com objetivos de produzir uma homogênea massa de comportamentos, resultando numa liberdade “pasteurizada”.

Mesmo com tanta informação e com a ideia de formar uma pessoa holística, diversas especialidades vem surgindo para nos ensinar a viver, como se isso fora uma coisa difícil. Assistimos então, a difusão do "personal" alguma coisa. Temos o "personal" do corpo, da decoração, das finanças, da viagem, da cozinha, etc, já despontando como gênero de primeira necessidade, como se a própria vida não nos ensinasse nada.

E ainda tem as proibições. Você, caro leitor, já observou o existe de proibições?

Não se pode beber, fumar, comer frituras, tomar café, usar açúcar nem adoçantes. Nem falar alto, rir atoa, dar bronca em criança,

O que não é proibido, é muito bem pago. Paga-se para ver escola de samba, atrás do trio elétrico, estacionar na rua, etc, etc.

O mais interessante é que em nome da liberdade, tudo passou a ser monitorado : nossas ligações e contas telefônicas, contas bancárias, cartões de crédito e débito e uma grande porção de ações que realizamos. Passamos a ser protagonistas de vídeos sem que sejamos consultados pela grande quantidade de câmeras espalhadas em todos os cantos e ambientes da cidade.

Será que tudo isso é para garantir nossa liberdade? Penso que este mundo está ficando chato demais! E o que pior: há chatos demais em todas as instâncias e setores da nossa sociedade.

Faço questão de citar um trecho do artigo-desabafo de Luiz Fernando Pondé no Jornal Folha de São Paulo de 07/09/09. Veja:

“...Esses chatos, montados em suas análises jurídicas, sociológicas e psicológicas, atormentam a família, que fica perdida em meio a uma ciência moralista que tem como uma de suas taras a intenção de provar a incompetência dos homens e das mulheres na labuta com suas crias. Agora esses chatos decidiram que vão mandar nas compras de sucrilhos e nas idas ao McDonald's.
Tomados pelo furor da lei, esses puritanos querem ensinar padre-nosso ao vigário, assumindo que os pais precisam de tutela na hora de comprar comida para seus filhos. Nada de bonequinhos, nada de brindes, apenas embalagens feias como caixotes soviéticos. Daqui a pouco, vão proibir mulheres bonitas nas propagandas e as gotas de cerveja que escorrem por suas saias curtas. Riscarão do mapa carros que desfilam homens charmosos. Uma verdadeira pedagogia do horror como higiene do bem.
O problema com este higienismo é que ele pensa combater em nome da liberdade, mas, na realidade, restringe ainda mais a liberdade, esmagando-a em nome desta senhora horrorosa que se chama "cidadania".

Vale a pena refletir sobre o assunto. Deixe seu comentário.

Postado por Michel Assali

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