EDUCADORES

30 agosto, 2014

Situações em que as provas podem sabotar o trabalho do professor



Olá, gente...

Pedagogicamente, o objetivo da avaliação é fornecer um conjunto de dados que contribuam para a contínua revisão do planejamento educacional. Ou seja, verificar se o planejamento estabelecido está atingindo os objetivos propostos, e ou, a necessidade de corrigir e ajustar aspectos do mesmo.

Considerando que a prova seja uma coleta e a análise de dados sejam situações passíveis de imperfeições, os cuidados com o processo devem ser redobrados para que o professor possa agir coerentemente com o sua proposta de ensino.
Sabemos que essa tarefa não é tão fácil assim.

Há que se considerar uma série de variáveis como, a rotina do trabalho, a carga horária diária, os compromissos familiares e sociais, etc, que podem esgotar física e mentalmente o professor e sabotar seu trabalho.

Portanto, os cuidados com a coleta, análise e interpretação dos dados para a avaliação, prescindem de um bom plano, atenção e trabalho docente colaborativo, para a uma proposição de intervenções adequadas e eficazes.
Foram selecionados abaixo, alguns aspectos da prática avaliativa que podem sabotar o processo educativo.

Vejamos:

1-    Instrumentos de coleta de dados ruins
Provas escritas, objetivas ou dissertativas, projetos, etc, com baixa capacidade em revelar o que o aluno entende sobre o conteúdo ou que habilidades relevantes foram desenvolvidas. Se um percentual considerável não sai bem num determinada prova, cabe uma revisão do instrumento aplicado ou do trabalho docente realizado.

2-    As análises e inferências baseadas nos dados são errôneas ou “pobres”.
Mesmo com um instrumento bem elaborado, se a análise e interpretação dos resultados obtidos não sejam baseadas por teorias pedagógicas de aprendizagem e o próprio planejamento, os dados terão pouca ou nenhuma utilidade para a avaliação. O resultado será sempre desastroso, camuflando muitas vezes as reais necessidades e prejudicando as intervenções adequadas.

3-    Tempo demais entre uma coleta(prova) e outra.
Acompanhar a aprendizagem exige o uso de instrumentos de coleta que possam ser aplicados num menor espaço de tempo. Esperar um bimestre ou um trimestre para emitir um parecer sobre o desempenho do aluno pode prejudicar o acompanhamento do processo e prejudicar as intervenções para corrigir dificuldades.  Em um clima de avaliação contínua, cada prova um (teste,  mapa conceitual, desenho, conversa, observação, etc) oferece uma “foto instantânea” do que o aluno parece ou está entendendo.  Mas se essas avaliações são pouco frequentes, as oportunidades para demonstrar o progresso e domínio são limitadas. Quanto mais frequente a avaliação, maior a possibilidade superação de dificuldades,  melhor qualidade de ensino. 

4-    Instrumentos(provas) fora de época.
Uma prova correta no momento errado é avaliação errada. Em um ambiente ideal, a prova deverá atender ao conteúdo certo no momento certo,
Este é um desafio em um ambiente de escola pública onde os professores atuam com uma carga horária esmagadora, inviabilizando uma frequência de elaboração de instrumentos, considerando que a preparação de qualquer prova exige tempo e dedicação fora do expediente escolar.

5-    Pouca exigência de profundidade do conhecimento.
Cuidar para que o instrumento aplicado não seja superficial demais, mas exigir também do aluno, níveis elevados de conhecimentos, respeitando, logicamente, suas individualidades.

6-    Critérios e dados exclusivos do professor.
É de fundamental importância compartilhar e discutir os critérios de avaliação, as formas de coleta dos dados e análise dos mesmos, com os colegas de trabalho e superiores. Esses aspectos favorecem a crítica, a responsabilidade e a segurança do processo de avaliação do professor e da instituição escolar. Difícil?

7-    Currículo inflexível que resiste à "absorção" de dados
Se o currículo é rigoroso e obedece à uma estrutura inflexível onde o registro da nota da prova é preponderante ao processo, maiores as dificuldades para a absorção e utilização dos instrumentos de coleta de dados para uma avaliação coerente. Convém rever tais conceitos da instituição. 

8-    Excesso de dados. 
Os extremos serão sempre inadequados. O excesso de dados pode levar ao “afogamento” do trabalho docente. Provas “quilométricas), com enunciados que pedem as mesmas habilidades e competências, com certeza, trarão mais confusão às analise dos mesmos. Imagine uma prova com 10 itens de adição para uma criança do 3º Ano. O aluno acerta cinco e erra cinco itens. Pergunta-se: O aluno sabe ou não sabe adição?
Excesso de dados é pior do que nenhum dado.

Você tem mais algum aspecto a contribuir?

Encaminhe seus comentários!


Postado por Michel Assali

12 agosto, 2014

Livro: A prática educativa: como ensinar

 "A prática educativa: como ensinar" Antoni Zabala

Olá, gente…

O Autor espanhol Antoni Zabala, explicita em seu maravilhoso livro, a arte e a ciência de ser umprofessor.

Os argumentos do autor reforçam uma atuação profissional baseada no pensamento prático, porém, na capacidade reflexiva das análises teóricas e seus impactos diretos na prática docente.

A obra reforça o papel do professor fortalecendo o pensar e o fazer educação constituindo-se em um excelente material para interessados em aprofundar conhecimentos sobre docência.

Clique na imagem do livro para conhecer uma ótima  resenha do mesmo, escrita por Maria Angélica Cardoso.

Vamos lá! Se tiver comenários, encaminhe.


Postado por Michel Assali

11 agosto, 2014

Como tornar-se um professor medíocre


Olá gente...

Ser um professor medíocre não é fácil.

A maioria dos educadores, quer melhorar drasticamente seus primeiros anos através de uma combinação de esforço, imaginação, reflexão e desenvolvimento profissional constante, ou que saem da aula inteiramente.
Então você tem que admirar o professor medíocre em que existe em todas as escolas sejam elas públicas ou privadas. Trata-se de um sobrevivente no interior da escola, capaz de suportar qualquer tipo de programa estabelecido por mais autoritário ou mercadológico que seja gerados por políticas governamentais ou por devaneios de mantenedoras. Haverá sempre a ser encontrado um professor medíocre que os seguirá como se fosse um zumbi.
Então como é possível tornar-se um professor medíocre permanecer no emprego até a aposentadoria?

Siga esses passos:

1.  Tente agradar a todos
Faça o seu melhor para satisfazer a todos na sua instituição, de modo a se sentir rodeado por chefes de todos os lados. Concorde com todas as iniciativas e procure manter a rotina, considerando a frase de que “Sempre foi assim!”

 2.  Trabalhe sozinho 
Na educação, como professor você é ator, juiz, júri e carrasco. Em vez de simplesmente conectar alunos ao currículo e ao contexto, esqueça dos pais, administradores, gestores e funcionários e atue como porta-voz para tudo isso. Afinal, você é o tal do mediador. Justifique a mediocridade da escola para as lideranças da instituição e culpe os órgãos centrais e os governos pelos problemas.

3. Mantenha o aprendizado apenas no interior da sala de aula
Venha o que vier, faça o que fizer, nunca, jamais, projetar experiências de aprendizagem para que os alunos e suas famílias possam compreender e trabalhar juntos. Mantenha o aprendizado somente na sala de aula, onde ele pode ser medido e verificado por um complicado sistema de provas e médias.

4.  Esqueça que você está realmente lá para agradar os alunos
Você não está lá para despertar, inspirar intelectualmente ou motivar os alunos, já que isso é nato para cada estudante. Em vez disso, acredite que você está lá por causa das taxas de alfabetização, proficiência dos alunos e melhoria dos índices das avaliações externas. 

5.  Acredite que as crianças não são livros para serem lidos, mas os livros a ser escritos
Como adultos, nós sabemos o que é melhor para os alunos. Não estamos lá para descobrir ou ajudar na descoberta, ou apoiar as famílias na criação de padrões de aprendizagem sustentáveis ​​para o auto-aperfeiçoamento ao longo da vida, mas sim para ajudar os alunos a dominar o conteúdo. 

6.  Use as mesmas (ou semelhantes) unidades, atividades e lições a cada ano
Não há necessidade de reinventar a roda. Fique com o que funciona! Diversificar dá trabalho e perda de tempo.

7.  Não peça aos alunos novas ideias. Basta que siga o programa.
Pedindo aos alunos trazer e discutir ideias dá aos estudantes a ilusão de que eles estão no controle da aula. Isso pode gerar confusão e indisciplina e atrapalhar o programa.        Passividade é muito mais fácil para a gestão de sala de aula! 

8.  Minimizar a reflexão
Promover discussões e desafios é perda de tempo e enrolação. Melhor trabalhar com o conteúdo fixado evitando desperdício de trabalho e descumprimento dos objetivos.

9. Ignore o papel da família
Os pais somente se interessam pela nota obtida do aluno. Como somente os pais dos alunos bons aparecem em dias de reunião com pais, não perca tempo em estreitar relacionamentos com os demais.

10. Não se envolva com seu aperfeiçoamento profissional
Afinal, o aperfeiçoamento profissional que interessa é aquele que faz aumentar o salário. Somente esses interessam. Outras formas de formação deverão ser descartadas, pois pouco influirão na carreira.

Veja que não é tão fácil assim tornar-se um professor medíocre.

Pense sobre essa questão e encaminhe seus comentários.


Postado por Michel Assali
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