EDUCADORES

13 junho, 2007

Da Finlândia à Brasilândia


Olá pessoal!
Recentemente li alguns artigos sobre avaliação referente ao PISA (Programa Internacional de avaliação de Alunos), que mede a condição de aprendizagem de alunos nos diversos pontos do planeta, observando a triste situação do sistema público de ensino de nosso país.
Apesar de não me preocupar com as diferentes interpretações estatísticas das pesquisas, os dados coletados são reais e devem ser levados em conta para reflexões e ações concretas. Sei muito bem que comparar os sistemas de ensino da Finlândia com o que temos na Brasilândia-São Paulo (mapa) é absurdamente inadequado, considerando todos os aspectos sócio-culturais, econômicos e históricos dessas localidades. O que existe em comum entre essas regiões é o espaço “escola”, com prédio específico, alunos e professores. E é justamente neste espaço público que deverá ocorrer o princípio básico da educação pública: a aprendizagem. A garantia do acesso e da permanência na escola já saiu do sonho e vem se tornando realidade, principalmente no Estado de São Paulo. Falta, agora, o investimento na qualidade da aprendizagem. Concentrar na aprendizagem na minha opinião, significa poucos projetos, bem definidos, específicos, dotados de profundidade e permanência. Que tenham objetivos claros e metas possivelmente mensuradas. Que sejam regulados e avaliados sistematicamente com parâmetros básicos mínimos, relacionado continuamente o princípios ação-reflexão-ação. Na condição de professor que atua em sala de aula, tenho observado junto aos colegas que durante o período de uma aula de 50 minutos, são gastos em média, 10 minutos solucionando problemas diversos de disciplina, 10 minutos de encaminhamentos de organização do espaço e tempo pedagógico, restando, portanto, 30 minutos para a concentração total da aula, correspondendo a 60% da aula e da carga horária diária. Considerando a semana e o ano letivo, esse dado vem representar o grande desperdício de tempo que o professor despende para a disciplina prejudicando sensivelmente o processo de aprendizagem. Sabemos que qualidade se faz com o tripé: planejamento, disciplina e dedicação. Se o professor (escola) articular esforços nessa direção é preciso que a família se esforce no sentido de preparar suas crianças para a frequência da escola, com apoio e acompanhamento. É bem possível que essa relação escola-comunidade atuando em conjunto num sentido único de valorização do seu papel e o papel da escola e do educador, com um bom e real planejamento, apoio técnico e avaliação adequada, poderemos desenvolver um sistema educacional em direção ao da Finlândia. Vamos à luta ! Deixe seu comentário.
Postado por Michel Assali

3 comentários:

  1. Somos professores, funcionários públicos que prestam serviços em educação. Com a responsabilidade de garantir igualdade na aprendizagem de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e competências. As finalidades legais para as quais fomos contratados estão contidas em documentos oficiais.

    Percebo que a tendência na educação é “gerir” a escola como acontece em uma empresa, desta forma, nosso produto é o conhecimento, o capital para ser uma empresa de sucesso deve ser conquistado com parcerias, e o cliente final é o aluno.

    Diferente de uma empresa “comum”, a meta não é financeira, lidamos constantemente com emoções, com resultados psicológicos produzidos no meio familiar, social, econômico e político.

    A formação técnica do professor não atinge as necessidades apresentadas pelo cliente final, as capacitações são insuficientes ou inadequadas, o cliente é instável, sujeito a “chuva e trovoada” porque reage às ações que sofre no meio familiar, além das interferências do meio ambiente onde vivem, refletindo em suas disponibilidades e prioridades.

    Por outro, lado esta empresa conta com funcionários que, embora preparados tecnicamente, necessitam com habilidades que não são solicitadas no contrato de trabalho e muitas vezes não fazem parte do perfil do funcionário, sem contar a necessidade de dispor de tempo que não são remunerados.

    Contando ainda com a queda na auto-estima daqueles professores que, envolvidos no processo ensino aprendizagem percebem que estão sozinhos, navegando no grande mar da vontade de ser “educador”.

    A educação, em minha opinião, vai “muito bem, obrigada”, o que vai mal são as tendências políticas que elaboram projetos sem a participação de todos os envolvidos, são os desencontros da escola e família dentro das transformações sociais e dos valores morais.

    Marly Ramos
    http://professoramarly.spaces.live.com

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  2. Anônimo1:21 AM

    Somos professores, funcionários públicos que prestam serviços em educação. Com a responsabilidade de garantir igualdade na aprendizagem de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e competências. As finalidades legais para as quais fomos contratados estão contidas em documentos oficiais.

    Percebo que a tendência na educação é “gerir” a escola como acontece em uma empresa, desta forma, nosso produto é o conhecimento, o capital para ser uma empresa de sucesso deve ser conquistado com parcerias, e o cliente final é o aluno.

    Diferente de uma empresa “comum”, a meta não é financeira, lidamos constantemente com emoções, com resultados psicológicos produzidos no meio familiar, social, econômico e político.

    A formação técnica do professor não atinge as necessidades apresentadas pelo cliente final, as capacitações são insuficientes ou inadequadas, o cliente é instável, sujeito a “chuva e trovoada” porque reage às ações que sofre no meio familiar, além das interferências do meio ambiente onde vivem, refletindo em suas disponibilidades e prioridades.

    Por outro, lado esta empresa conta com funcionários que, embora preparados tecnicamente, necessitam com habilidades que não são solicitadas no contrato de trabalho e muitas vezes não fazem parte do perfil do funcionário, sem contar a necessidade de dispor de tempo que não são remunerados.

    Contando ainda com a queda na auto-estima daqueles professores que, envolvidos no processo ensino aprendizagem percebem que estão sozinhos, navegando no grande mar da vontade de ser “educador”.

    A educação, em minha opinião, vai “muito bem, obrigada”, o que vai mal são as tendências políticas que elaboram projetos sem a participação de todos os envolvidos, são os desencontros da escola e família dentro das transformações sociais e dos valores morais.

    Marly Ramos
    http://professoramarly.spaces.live.com

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  3. concordo em g~enero número e grau com o professor Michel,porém as escola terão que mudar alguns de seus aspectos para que não haja o desperdício de 40% do tempo que deveria ser dedicado à aprendizagem com normas mínimas de conduta.Isto só ocorrerá, a meu ver, se rompermos barreiras e quando conseguirmos alguma coesão no trabalho docente,o qual ainda é estanque e não transdisciplinar,fragmentado e sem um objetivo claro do que é instigar para a aprendizagem, de forma conjunta.Pensar que a família possa interferir no comportamento do alunado é quase uma utopia, visto que os pais juram por seus filhos, como o pai do rapaz de 19 anos que espancou uma moça no Rio, afirmando "É uma criança".Toda a vez em que chamamos pais para mudanças de comportamento inadequado,é um trabalho árduo,inglório,no entanto ainda não perdemos as esperanças de conseguirmos alguma mudança no reflexo da impunidade e desvantagem da falta de ética que a "mass mídia " apregoa.A comunidade só se sentirá importante quando puder realmente auxiliar, interferir ,intervir e questionar procedimentos e passar a valorizar o conhecimento.

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