Olá, gente...
Recebi e compartilho com vocês, o artigo Saborosa forma de ensinar, péssima forma de aprender de Celso Antunes,
tratando da questão do modelo e concepção de ensino e sua influência no modo de
ensinar.
Diz-nos, o Professor Celso no seu artigo:
“A aula expositiva sempre foi e
sempre será uma gostosa maneira de ensinar, pois permite ao professor
transmitir a mesma mensagem para muitos, impõe a tirania do discurso, enaltece
a vaidade de sentir-se proprietário do saber e do conhecimento. Como não
enaltece o protagonismo, obriga a plateia à onipresença do silêncio e, de
tantas vezes repetidas, impõe a quem pensa que ensina uma rotina que, quando
ocasiona cansaço, é apenas o esgotamento físico de se falar inutilmente a mesma
coisa, inúmeras vezes. Mas, se esse sistema de aula tão popular e antigo é
sinônimo de conforto ao emissor, representa a pior maneira de aprender, desde
quando foi possível observar a mente humana em processo de transformação
causada pelo conhecimento.
O que aqui se afirma não
representa opinião pessoal de quem sempre foi inimigo dessa estratégia hostil.
Estudos neurológicos que celeremente avançam mostram que a exposição de alunos
a repetidos discursos nada representa para sua cognição e inteligência e
significa muito pouco para a memória e a materialização do aprender em fazer.
A aula expositiva é saboroso
conforto para professores que odeiam se transformar, mas é, ao mesmo tempo,
galopante frustração para alunos que buscam se transformar. Se, por exemplo, um
professor dividir seus alunos em três grupos, sugerir ao primeiro que insista
em repetir um conceito muitas vezes, propor ao segundo que imagine esse mesmo
conceito envolvido em ações cotidianas do dia a dia, solicitar ao terceiro que
busque transformar o conceito em imagens, como se o assistisse em um filme ou
novela, e, depois de algum tempo, avaliar o desempenho de cada grupo, repetindo
essa avaliação em uma semana e, depois, em um mês, descobrirá que o primeiro
grupo apresentará resultado pífio e memória apagada em detrimento do poder de
conexões e domínio de memorização dos demais grupos.
Experiências como essas não são
inéditas. Encontram-se ao alcance e foram realizadas em lugares de todo o
mundo, com alunos de todas as idades. Diante da cristalina certeza das
vantagens dos segundo e terceiro grupos em relação ao primeiro, descobre-se a
inutilidade enervante da aula expositiva e a solene e incontestável
superioridade da aprendizagem pelos caminhos da imaginação ou do domínio
perceptivo ocasionado pelo exercício da contextualização. E, então, onde fica o
professor em tudo isso?
A resposta é simples: escorado na
comodidade da ação saborosa que não serve para coisa alguma ou apoiado pela
certeza de que ensina a pensar, imaginar, transferir e se transformar. O que
vale mais? Ser inútil e não ajudar ninguém a nada ou descobrir sua identidade e
semear o saber?”
Que opinião você tem sobre o
assunto?
Encaminhe seus comentários.
Postado por Michel Assali
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