EDUCADORES

02 novembro, 2015

Ensinar o Desejo do Mar

Olá, gente...


Uma das melhores formas de gerar capital social positivo parece passar pelo fomento da “ação propositada” que decorre de dois fatores.

O primeiro é o interesse pessoal, o querer - isto é, a noção clara do que se faz e do porque se faz. O segundo é um forte sentimento de que a motivação é pessoal, intrínseca e da responsabilidade própria. A pessoa motiva-se. Ou seja, a motivação é de dentro para fora. Ninguém motiva a pessoa! Pode, portanto, inspirá-la.

Nesse sentido, pergunta-se:
Como podem as organizações e os seus líderes estimular a ação propositada dos colaboradores?

Ghoshal e Bruch apontam uma imagem de Antoine de Saint-Exupéry, o célebre escritor e aviador francês, autor de O Principezinho: “Se queres construir um navio, não mandes os homens para a floresta a cortar madeira, aplaná-la e juntar as placas. Em vez disso, ensina-lhes o desejo do mar.”

Nesta perspectiva, em vez de arranjar soluções prontas, os gestores devem suscitar questões e desenhar visões apelativas que possam aflorar o querer, “o desejo do mar”. Esse é  grande  desafio!

Esse querer ou esse desejo pode ser desenvolvido de diversas maneiras.

-É necessário “dar espaço” às pessoas - para que elas criem interesses. Pessoas comandadas não têm escolha, não têm vontade (a não ser a de escapar ao controle!)

-É preciso, pois, que as instituições concedam liberdade de escolha às pessoas para que estas percebam que têm essa liberdade.

-É necessário facultar às pessoas a possibilidade de lidarem com problemas difíceis ainda que situados dentro do seu limite de suas capacidades. Por regra, os problemas fáceis não são sedutores. As mentes e os corações das pessoas são ativados por desafios complicados.

-É importante que as pessoas tenham objetivos relevantes. É por essa razão que a organização deve clarificar o ponto que deseja atingir. E deve fazê-lo de uma forma que seduza os seus membros. É provável que, para isso, necessite de envolver as pessoas na participação e determinação desse mesmo objetivo.

Quando o desafio é complexo e o objetivo partilhado, é mais provável que o esforço coletivo se sobreponha ao individual. O “nosso” trabalho passa a ser mais importante do que o “meu” trabalho.

In Cunha, Rego e Cunha (2007). Organizações Positivas, Lisboa: Dom Quixote e blog do Prof. José Matias Alves, de Portugal.

Tem mais alguma contribuição sobre esse tema? Encaminhe e faça seus comentários.


Postado por Michel Assali




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