Uma das melhores formas de gerar capital social positivo parece passar
pelo fomento da “ação propositada” que decorre de dois fatores.
O primeiro é o interesse pessoal, o querer - isto é, a noção clara do
que se faz e do porque se faz. O segundo é um forte sentimento de que a
motivação é pessoal, intrínseca e da responsabilidade própria. A pessoa
motiva-se. Ou seja, a motivação é de dentro para fora. Ninguém motiva a pessoa!
Pode, portanto, inspirá-la.
Nesse sentido, pergunta-se:
Como podem as organizações e os seus líderes estimular a ação
propositada dos colaboradores?
Ghoshal e Bruch apontam uma imagem de Antoine de Saint-Exupéry, o
célebre escritor e aviador francês, autor de O Principezinho: “Se queres
construir um navio, não mandes os homens para a floresta a cortar madeira,
aplaná-la e juntar as placas. Em vez disso, ensina-lhes o desejo do mar.”
Nesta perspectiva, em vez de arranjar soluções prontas, os gestores devem
suscitar questões e desenhar visões apelativas que possam aflorar o querer, “o
desejo do mar”. Esse é grande desafio!
Esse querer ou esse desejo pode ser desenvolvido de diversas maneiras.
-É necessário “dar espaço” às pessoas - para que elas criem interesses.
Pessoas comandadas não têm escolha, não têm vontade (a não ser a de escapar ao
controle!)
-É preciso, pois, que as instituições concedam liberdade de escolha às
pessoas para que estas percebam que têm essa liberdade.
-É necessário facultar às pessoas a possibilidade de lidarem com
problemas difíceis ainda que situados dentro do seu limite de suas capacidades.
Por regra, os problemas fáceis não são sedutores. As mentes e os corações das
pessoas são ativados por desafios complicados.
-É importante que as pessoas tenham objetivos relevantes. É por essa
razão que a organização deve clarificar o ponto que deseja atingir. E deve
fazê-lo de uma forma que seduza os seus membros. É provável que, para isso,
necessite de envolver as pessoas na participação e determinação desse mesmo objetivo.
Quando o desafio é complexo e o objetivo partilhado, é mais provável
que o esforço coletivo se sobreponha ao individual. O “nosso” trabalho passa a
ser mais importante do que o “meu” trabalho.
In Cunha, Rego
e Cunha (2007). Organizações Positivas, Lisboa: Dom Quixote e blog do Prof.
José Matias Alves, de Portugal.
Tem mais alguma contribuição sobre esse tema? Encaminhe e faça seus
comentários.
Postado por Michel Assali
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